O Dia do Gari, celebrado em 16 de maio, foi comemorado com um jantar dançante neste sábado, dia 20, em Caxias do Sul. Ao todo, 800 pessoas participaram e lotaram o salão da comunidade de Santa Catarina, onde foi realizado o evento. Promovido pelo Sindilimp, o jantar foi aberto a toda categoria e familiares e contou com a animação musical do Grupo Imagem.
A situação política e econômica do país foi abordada no evento, pois os dirigentes sindicais e lideranças presentes chamaram a atenção para a perda de direitos que está sendo imposta aos trabalhadores. Prestigiaram a atividade o deputado federal Assis Mello (PCdoB), opresidente da CTB/RS, Guiomar Vidor, a ex-secretária estadual do Turismo, Abgail Pereira, além do vereador e ex-diretor da Codeca, Adiló Didomênico (PTB) e a atual diretora técnica da Codeca, Mara Rocha.
“Ficamos gratos com a presença de todos. Este aqui é um momento de festa com nossos colegas e famílias e também para fortalecermos nosso orgulho”, ressaltou Nestor Borges, tesoureiro do Sindilimp. Ele destacoua importância do momento que o Brasil atravessa: “Vivemos um momento trágico no país, quando estamos à beira de perder todos os nossos direitos. Estamos na luta para preservamos esses direitos que já havíamos conquistados há muitos anos. Mas nós, garis, estamos de cabeça erguida na luta. E temos certeza queesse povo consciente, politizado e que discute suas lutas - está à frente dessa batalha”, destacou.
Já AzeniraLazarotto, vice-presidente do Sindilimp e diretora nacional da Fenascon, afirmou que “não só o trabalho dos garis é importante para a cidade, é fundamental também reunir com as famílias evalorizar essa data comemorativa”. Para ela, o local lotado mostra que os trabalhadores reconhecem o trabalho do Sindicato: “Mostramos que um sindicato só se mantém forte com a união da categoria, aliás uma categoria reconhecida nacionalmente”.
Para o funcionário da Codeca há 13 anos, Francisco Pereira do Santos, mais conhecido como‘Bagualzinho’, a atividade é muito importante para a categoria porque permite a confraternização entre todos os colegas, independentemente do setor. “Há alguns colegas que não vemos há muito tempo. Aqui podemos nos reencontrar”. Ele ressalta a importância do trabalho do gari. “Nosso trabalho é essencial para toda a cidade. O que seria da cidade se não houvesse o gari?”, questionou.
O presidente do Sindilimp, Henrique Silva, agradeceu aos funcionários do sindicato que colaboraram na atividade e também a toda categoria presente. “Trabalhadores da limpeza estão aqui para festejar, mas tenho certeza que toda a nossa categoria, sendo chamada para estar na rua, para garantir os direitos trabalhistas, estará lá, ao lado dos demais trabalhadores, para defesa dos nossos direitos”, disse.
Direitos ameaçados
As lideranças destacarama necessidade de resistência aos ataques aos direitos dos trabalhadores. “Querem acabar com o direito do cidadão comum de se aposentar, querem retirar os direitos que foram conquistados no ano de 1944 com a assinatura de um decreto pelo Governo Getúlio Vargas, que é a Consolidação da Leis do Trabalho, a CLT. Querem, na verdade, trazer de volta o trabalho escravo em nosso país. Querem que trabalhemos sem direitos, não podemos permitir isso”, afirmou Guiomar Vidor, presidente da CTB/RS.
Henrique Silva também falou da necessidade de união. “Os trabalhadores precisam entender a necessidade da unidade em prol da manutenção dos direitos trabalhistas”, afirmou. “Neste momento, a palavra de ordem dos trabalhadores e trabalhadoras é uma só: Fora Temer e eleições diretas já, para garantir nossos direitos”, ressaltou Henrique.
Ocupa Brasília
Um grande ato está sendo convocado para o dia 24 de maio: é o Ocupa Brasília, quando mais de cem mil trabalhadores devem tomar as ruas da capital federal para denunciar o momento de retrocesso e barrar as reformas que estão sendo encaminhadas no Congresso Nacional, além de chamar pelas Diretas Já e pelo Fora Temer.
Assis Mello, deputado federal, convocou os trabalhadores para o ato e lembrou que os direitos trabalhistas são fruto de luta. “Os direitos da CLT e a aposentadoria não foram dados por ninguém. Foi a luta que garantiu, gente que morreu em defesa de termos nossos direitos”.
“Nossa geração vai ficar olhando um ladrão, um safado roubar nossos direitos? Precisamos unir os trabalhadores, ir para a rua, para por Temer para fora, fazer eleições diretas e devolver a democracia ao povo”, disse Assis.
Fotos: Iva Ramos e Karine Endres
